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A biblioteca da nostalgia


Como a maioria já sabe, as aulas voltaram pra alguns, mas para outros não. Acontece que livros que eu peguei esse mês das ferias para ler títulos que serão estudados na matéria de literatura desse ano. Alguns desses livros são clássicos e muitos desses têm uma linguagem difícil e uma narrativa lenta e cansativa. Eu gosto de ler o livro digital quando tenho o livro físico, pois quando canso de um vou ler no outro e vice versa. Acontece que eu estou lendo Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos e estava esperando desde o inicio do ano a biblioteca voltar as suas atividades. Bem ela voltou nessa segunda-feira (3) e ao entrar na biblioteca me deparei com alguns velhos títulos que eu achei que nunca iria ler. Mas hoje com toda essa fome insaciável desejo que tivesse tempo suficiente para lê-los. E vem-me aquela sensação nostálgica de anos atrás quando só me interessava por livros com gravuras. É meu caro o tempo passa, e ele passou pra mim também.


Livros como George Orwell que eu nunca ouvi falar nem mais pretos nem mais brancos agora são um dos meus mais procurados nas prateleiras. Quem é esse livro Vidas Secas do tal Graciliano Ramos?


Não só livros desejados, mas livros já lidos são nostálgicos. Se pudesse relia Os 7 Hábitos de Adolescentes Altamente Eficazes semanalmente – se pudesse – mas as regras da biblioteca e a rotina de leitura não permitem.  De fato entre livros é um lugar onde eu fico mais leve, os problemas se vão e sou só eu e as prateleiras e o mundo que se dane. Eu estou na biblioteca da nostalgia, voltando os anos e os momentos e é isso que importa. Quanto ao resto, o resto que dane-se, a final é como se diz, resto.  



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