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Refúgios

Fugir as vezes parece ser a única solução. Mas fugir para onde? Com quem? Como? Quando? Quem nunca chegou a ter a cabeça mais bagunçada que um guarda roupa de um adolescente indeciso que não sabe o que vestir? "Calma, isso vai passar" pensamos para nos confortar. Nessas horas você se sente só, apesar de não estar o mundo é preto e branco, frio, poucos te entendem. Você tem um milhão de coisas pra dizer, tudo ali engasgado na sua garganta. Psicólogo, tem que marcar. Mãe e pai podem até te entender mas não conseguem te aconselhar da melhor forma. Em tempos assim, nossa vida se resume a uma constante. Nunca muda. Nos tornamos mola, matéria, transparentes, somos a gravidade. Assim o mundo nos esmaga ou nos estica, nos sufoca até sugar o nosso mais misero sopro de vida. Ele nos testa até achar que desistimos de nos mesmos, e então nos larga a própria sorte sem saber que mesmos desistindo, ainda temos o "nos mesmos" para nos reerguermos e seguir fazendo a nossa h
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Pedido

O velocímetro marca 120 km/h, aos poucos tudo vai ficando pra trás. Pensamentos, saudades, pessoas e inclusive partes de mim. O carro é escuro, a paisagem também, o tempo frio faz com que muitos fechem as suas janelas na tentativa de manter-se aquecidos.   Ao abrir a janela o vento frio caricia meu rosto, gosto disso, gosto daqui. Penso nas minhas atitudes, no quão vivendo eu estou, isso é ótimo, viver. Faço uma auto avaliação do ano. Os meses passando, as situações vividas, os desafios ultrapassados, os demônios vencidos e outras coisas mais do passado. Nossa! O tempo voou, e acho que só eu reparei nisso. Já é mês nove, no onze, mais um ano passa no meu contador. 19 anos e acho que já vivi mais coisas que muita gente por ai. Esse foi o ano, meus 18 anos. Como é boa a minha vida, espero que continue assim. Não trocaria ela por a de ninguém, estou muito bem com ela. Não tenho arrependimento algum em ter nascido em uma família de classe media baixa, pelo contrario, agora sei o q

Viva, e então sobreviva

Ultimamente os dias têm parecidos semanas. Mas no fim das contas, foram apenas dias. Vivo uma semana em 24 horas. As semanas parecem meses. Só encontro alivio no cansaço. Me pergunto, as vezes, se vai ser sempre assim. O ano inteiro passando como se fosse uma década. O tempo parece que parou. Onde? Não sei. Viver de mais é perigoso, chega uma hora que, de tanto já termos vivido, não há mais o que acontecer. Resta apenas fugir, fazer acontecer em outros lugares. Disfarço meu desespero nos problemas, vivo me escondendo atrás de um par de óculos escuros, para que ninguém veja minha alma suja e sem vida. Tenho vivido para quem? Para o que? Talvez esteja vivendo por pura inércia do sistema, inércia do meu "eu" do passado que me empurrou nesse vácuo e eu permaneço nesse movimento sem ter como parar, preso a mim, preso a tudo e a nada. Apenas tenho que seguir e fingir que estou alegre por, no fim das contas, talvez esbarrar nos meus sonhos, que se perderam por aí. Vivo para

Cabe

As vezes me pego pensando o que me cabe. Ficar aqui e esperar ou ir embora e esquecer de mim e de todo? Penso se o que me cabe, cabe em mim, se cabe somente e exclusivamente a mim. E se não couber em mim? Minha cabeça anda cheia de perguntas, maior parte delas sem respostas. A vida hoje vale a pena? Precisando de algo maior. Alguém. Um sonho talvez. Ando pra lá e pra cá atrás de algo que me distraia, algo que me alegre, vivo em um mundo que só pertence a mim, só eu o habito. A vida do portão pra fora me assusta. A alegria me soa estranha hoje, ser alegre me faz me sentir outro, alguém que não sou eu, acho que é meu eu interior dizendo que eu não tenho o direito de estar feliz. O contato com o mundo foi, aos poucos, cortado. Não há com quem conversar, um amigo que me visite, um convite inusitado, mesmo que inútil.  Preciso de ajuda, mas não sei como pedi-la, por ora minha cabeça grita "socorro! alguém aí pode me ajudar?" mas tenho receio de assustar a todos e acabar

Inimigo

Paro de frente pro espelho, me observo e logo dou por conta. Todos temos um inimigo em comum consigo mesmos. O "eu". Não há coisa pior na vida. Ser seu pior inimigo, abrigar dentro de si o pior de tudo, o mais cruel de todos, seu maior rival. Dois de mim, cada um mostrando seu pior e seu melhor.  Brigam em uma luta silenciosa e totalmente espalhafatosa. Sem hora nem lugar marcado, só um limite, o meu corpo. A situação é na solidão, onde não há regras, não há espectadores, não há censura, não há nada, caso contrario já não seria solidão. Só. Na briga oscilo entre a mais plena sanidade e a mais pura loucura. Sou um relógio, sou o pendulo. Inconstante. Aquele poema que diz que metade de mim é a outra aquilo, se encaixa perfeitamente aqui. Metade de mim é vida e a outra é morte. Enquanto me dou esperanças, para me manter vivo, meu rival me priva dela, com um tapa na cara e diz "Acorda! Essa não é sua vida, caia na real" nessa hora ele vence. Quem é o mais forte

O silêncio

Talvez esse texto saísse melhor, se minha cachorra parasse de fazer ruídos, com a sua mais pura inocência de cachorro. Quem nunca ouviu o silêncio? O silêncio sufoca, quando temos um monte de coisas engasgadas na garganta, ou alivia quando você para de ouvir reclamações ou lamurias, "ai" dos psicólogos. Ele pode matar, ou pode criar vida. Imagina se Maria se calasse diante do anjo Gabriel, ou mesmo se um chefe de estado diante de casos de corrupção no seu mandato. Certas vezes o silêncio é a única e melhor resposta pra tudo, a vida perderia a graça se cada vez que questionássemos os seres de luz obtivéssemos respostas. A ciência seria muda. O silêncio não diz nada, mas também diz tudo. O silêncio é uma arte, arte que eu avario ao digitar esse texto. Ele pode causar danos, imagine calar uma sirene quando uma Rosa de Hiroshima está prestes a desabrochar, estando somente para acabar com a vida.   O mundo explode numa guerra mundial, daí vem o silencio e avisa qu

O mundo

PS: Era pra ser um texto de ano novo. E esse texto faz parte do Caderno Amarelo, isso é só uma prévia.  E em menos de um segundo, o mundo explodiu, se fez em 365 pedaços, peças. 365 mistérios. Já não somos mais os mesmos,  a explosão apagou um passado, registros, e virou a página do livro da vida, para que possamos escrever uma historia diferente, melhor, nos foi dada uma nova chance. A explosão separou pessoas, e uniu outras. O mundo explodiu e temos o dever de reconstruí-lo, mas ai entra o mistério, não sabemos onde cada pedaço estava antes, mas quanto a isso não devemos nos preocupar cada fragmento se encaixa a outro de uma forma inexplicável. Uma peça a cada amanhecer é, foi, e sempre será, a regra do mundo. Uma vez colocada no lugar, não tem mais volta, não pode ser trocada, alocada, retirada de seu lugar e isso tem que ser aceito por nós. Um presente, presente. O mundo é um quebra-cabeça e sua montagem é uma arte, uma dança, um ciclo, pra lá de vicioso. E semp